quinta-feira, 3 de junho de 2010

A Nova Transição


Tem-se falado muito sobre a reencarnação, como ferramenta no processo de evolução pessoal, em que o indivíduo experimenta diversas situações para crescer em sabedoria e virtudes, como oportunidade para reparações dos erros do passado, para provas de novos desafios e cumprimento de missões solidárias aos irmãos menos adiantados. Nessa lógica, enquanto a pessoa permanece optando pelos valores materiais, ela fica presa a um ciclo vicioso – desencarnando e reencarnando --, sofrendo as próprias amarguras. Mas quando opta pela aquisição dos tesouros virtuosos, cresce espiritualmente e sempre reencarna mais forte e feliz.

No entanto, muitas pessoas se queixam de não poderem progredir tanto pelo fato de terem nascido num mundo imperfeito e rude. E então, podemos pensar assim: por que Deus não nos colocou num mundo perfeito, com uma cidade bem acaba, com ruas saneadas, uma casa bonita e um carro na garagem...? Todo mundo bem abastado...?

Como resposta, façamos fazer um exercício de raciocínio: se assim o Pai procedesse, saberíamos cuidar de tudo, preservando a perfeição? Seriamos realmente totalmente felizes e perfeitos?

A resposta pode ser conferida numa analogia: o que aconteceria se um pai presenteasse seu filho de 1 ano com um notebook? Certamente, em instantes, o aparelho seria transformado em um abajur – e olhe lá!

Da mesma forma, vamos observar que, para vivermos num mundo perfeito – como imaginamos que seja – precisamos aprender a sermos perfeitos. Assim, com o mérito de termos nos preparado, mereceremos e saberemos cuidar desse mundo. Noutras palavras, se queremos um mundo perfeito, teremos que construí-lo. Desta forma, vamos observar que, em conformidade com as revelações espíritas, os mundos evoluem e nós fazemos parte dessa evolução planetária. Assim como os pais têm o cuidado de colocar as crianças em um mundo próprio para elas, com brinquedos e coisas simples, a espiritualidade coloca os Espíritos que engatinham na estrada evolutiva em ambientes compatíveis para a infância espiritual; na medida em que os filhos crescem e adquirem sabedoria, ganham posses e apetrechos mais sofisticados; com a chegada da maturidade, ganham posições e responsabilidades, vivendo no mundo à altura deles.

De agora em diante, esta palestra tratará da evolução dos mundos. E vem a propósito porque estamos envolvidos aqui e acolá com presságios catastróficos, anúncios do fim do mundo (vejam o filme “2012”), tem as previsões de Nostradamus, Ramatis e mesmo do Apocalipse (na Bíblia), hipoteticamente confirmados pela série de desastres naturais, grandes tragédias e guerras. Logo, é justa a indagação: o mundo vai acabar mesmo?

Vai sim!

Ou não!

De acordo com o Espiritismo, os mundos físicos são transitórios: eles nascem (são construídos), se desenvolvem e um dia se desmaterializam, pois nossa verdadeira morada é na dimensão espiritual. Mas, lembremo-nos do que disse o Cristo quanto à data do fim: “nem os anjos do céu sabem!”. Garantido é que, ainda está longe – dará tempo para reencarnarmos aqui mais umas trezentas vezes.

Ou não!

Ou não, porque é preciso dizer mais uma coisa: de tempos em tempos a Natureza cuida de fazer uma peneirada, selecionando quem continua ou não encarnando aqui. Isto é o chamado “dia do juízo final”, como diz o Apocalipse. Somos responsáveis pelo progresso do nosso planeta e, portanto, seremos cobrados pelos nossos atos e omissões, de forma que, aqueles que não procederem bem, não poderão mais ser aceitos pela mãe-terra.

Nas “bem-aventuranças”, disse Jesus que os mansos, os que têm sede de justiça, os que sofrem perseguição por causa dele e os puros de coração herdarão a Terra. O que Ele quis dizer com isso? Que depois da triagem, só reencarnarão aqui os que tiverem essas qualidades. E é justo, pois, enquanto há os que querem melhorar-se, fazer o planeta progredir e trabalham para isso, há os irresponsáveis – que não estão nem aí para nada –, há os relapsos, preguiçosos – que não batem um prego para a melhora do mundo –, há os aproveitadores, enganadores e egoístas – que só pensam em si mesmo e passam por cima de todo mundo para se beneficiar de bens mesquinhos. Estes, retardam a evolução terráquea atrapalham aos que querem e trabalham pela evolução. Dessa forma, não podem permanecer por aqui.

E o que acontecerá com os inaptos – os violentos, os desinteressados e os falsos profetas? Jesus disse que eles irão para um lugar de dor que é de ranger os dentes. Que lugar é esse? A Doutrina Espírita nos fala da transmigração de mundos, em que Espíritos atrasados – que não acompanham a evolução de um determinado mundo – são transferidos para mundos mais atrasados – que estejam no nível intelectual e moral daquele indivíduo, pois o plano físico reflete o nível de seus habitantes.

Ao passo que a Terra vai se graduando, outros orbes vão surgindo (em estados primitivos) e ainda há os que já progrediram muito mais. “Há muitas moradas na casa do Pai”, disse o Nazareno, referindo-se a existência de muitos planetas habitados. Neste caso, a transmigração pode ser tanto para cima como para baixo: Espíritos atrasados podem ser punidos com reencarnações em mundos bem atrasados, da mesma forma que os que evoluíram mais rapidamente podem ser promovidos a planos mais adiantados. Tudo depende do nosso interesse em crescer moral e intelectualmente.

A Codificação Espírita classifica o grau evolutivo dos planetas em cinco níveis: mundos primitivos (onde a sobrevivência é totalmente bruta e o temperamento dos povos beira ao estado animal); mundos de expiações e de provas (onde já aponta para sinais mais inteligentes, porém ainda muito voltado para o lado individualista); mundos de regeneração (de progresso físico bem avançado, mas onde seus habitantes ainda precisam desenvolver suas virtudes) mundos felizes (morada dos Espíritos muito evoluídos, onde o que impera são os valores espirituais e o bem comum); mundos celestes (habitados por Espíritos superiores, no estado tal em que caminham para a desmaterialização, ou seja, para o devido fim). Depois da desintegração de um planeta, a massa física retorna ao cosmos para ser reaproveitada na construção de novos orbes.

Nós podemos ter a prova da evolução dos mundos pelo que já registramos na nossa dimensão atual: observando o modo de sobrevivência dos nossos antepassados e acompanhando as novas tecnologias que surgem a cada dia. Nosso mundo está evoluindo!

E em qual posição está o nosso planeta?

Os Mentores espirituais disseram a Kardec que a Terra já havia atravessado o primeiro nível (de mundo primitivo) e figurava-se, portanto, entre os mundos de provas e expiações. Acrescentaram que, com os esclarecimentos do Espiritismo, nós ganharíamos grande impulso para alcançar um nível melhor, ou seja, de mundo de regeneração. Isso foi a mais de 150 anos.

Agora, há comunicações, como as de Ermance Dufaux, Joanna de Ângelis e Bezerra de Menezes, comentando que já penetramos na fase de transição – de mundo de expiação e de provas para mundo regenerador – e da triagem dos que herdarão esse mundo novo. Por isso mesmo, o momento exige grande esforço pessoal de cada um, pois os amigos Espirituais nos falam que a fase de transição implica em medidas especiais: por exemplo, é concedida a oportunidade para que Espíritos muito atrasados tenham uma última chance para evoluírem, exigindo mais caridade e aplicação da parte dos benfeitores. A bíblia alerta para os sinais dos tempos – do final dos tempos.

Alguns estudiosos da espiritualidade e das coisas místicas apontam que estamos saindo da era de peixes para a de aquários. Esses sinais, segundo eles, nos remetem para o que seria a interpretação equivocado do cristianismo – o valor da mensagem sendo trocada pelo mensageiro –, em que Jesus (o peixe) foi transformado em ídolo e teve ofuscada a sua mensagem. Ou seja, muita adoração bajulatória à pessoa do Cristo e pouca prática cristã. Mas na nova era, o valor do peixe seria derramado no aquário: menos idolatria barata e muito mais irmandade e caridade.

Simbologia a parte, é preciso destacar que, conforme a Doutrina Espírita nos diz, a transição se dará naturalmente, sem muitos sustos e por um tempo longo, de modo que os dois níveis evolutivos de mundos se confundam muito. Ao contrário de um grande espetáculo – como o dia do juízo final –, o mais certo é pensarmos que a transmigração já começou há muito e a cada dia, Espíritos vão sendo levados para outros planetas. Os que forem degredados para mundos mais primitivos, terão a oportunidade de novos aprendizados e chegarão nesses mundos como sendo seres bem mais adiantados que os primeiros povos de lá, e poderão auxiliar o adiantamento desses mundos, pois levarão em seu instinto, os conhecimentos adquiridos na Terra. Já os que forem transferidos para mundos melhores, descansarão um pouco das lutas daqui e refeitas as forças, poderão de lá mesmo, trabalhar pela nossa promoção.

A Terra já passou por uma transição – de mundo primitivo para mundo de expiação e prova – e já recebeu uma leva de Espíritos que foram degredados de um orbe chamado Capela – muito mais avançado que nosso planeta. Esses capelinos que vieram para cá, formam a chamada raça adâmica. Ou seja, a história de Adão e Eva é uma metáfora que conta a queda dessa turma de Capela que, não acompanhando o progresso de lá, foram mandados para cá, com o duplo intento: se reformarem e ajudaram a adiantar a evolução da Terra. Como nos conta o livro “A CAMINHO DA LUZ”, de Emmanuel, psicografia de Chico Xavier, esses seres tomaram a frente de grandes empreendimentos e impulsionaram o desenvolvimento desta nossa morada.

Os exilados da Terra provavelmente irão parar em planetas bem mais rudes, onde não há eletricidade, escrita, meios de transportes coletivos, leis e organizações civis. Eles levarão consigo, em seu instinto, uma vaga lembrança do que aqui viram – invenções, arquitetura, arte e cultura –, com o que serão úteis para a colaboração com os primitivos que lá já ensaiam a evolução pessoal. Serão acompanhados pela dor do rebaixamento, mas a certeza de que há mundos melhores – tais como aquela terra de onde vieram – lhes inspirará a lutar pela regeneração.

Por sua vez, os herdeiros da “Nova Jerusalém” – como na linguagem bíblica – serão enfim recompensados pela ardente luta empregada na reforma íntima e na contribuição dada aos irmãos.

Cuidemos para que estejamos entre os bem-aventurados, com a graça de Deus.

Coluna fraterna do site: www.espiritando.com.br
Texto por: Ery Lopes

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